segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

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A Rota da Seda

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De Istambul, na Turquia, até Xian, na China, vamos traçar o nosso percurso ao longo da mítica Rota da Seda. Vamos seguir o caminho das caravanas de camelos que atravessavam o deserto, as montanhas e cruzavam os rios para alcançar o oriente. Seguiremos os passos de muitos mercadores europeus que se aventuraram no Extremo Oriente, entre eles Marco Pólo. Ao longo da nossa viagem, vamos percorrer 6 países: TurquiaIrãoTurquemenistãoUzbequistãoQuirguistão e China. Um roteiro extraordinário.

Um pouco de história

O termo Rota da Seda surge pela voz o geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen, no século XIX, como uma tradução do  alemão Seidenstraße. Correspondia a um conjunto de rotas comerciais que interligavam, através da Ásia, o Oriente e a Europa, originando a maior rede comercial do mundo antigo.
Durante milénios, os chineses aprenderam e dominaram o fabrico da seda (a partir da fibra branca dos casulos dos bichos-da-seda) e usavam a seda como um produto exclusivo da sua sociedade. No entanto, com as crescentes transacções comerciais, chegam à Europa rumores desse tecido suave e brilhante que só os chineses sabiam confeccionar. As técnicas de fabrico da seda eram um dos segredos mais bem guardados do império chinês. O tecido brilhante e suave asiático começou a aparecer na Europa e rapidamente se tornou num objecto de luxo, cobiçado nas melhores praças. A burguesia europeia estava disposta a pagar somas exorbitantes por essa relíquia. Iniciou-se assim uma rota mítica de caravanas que, atravessando a Ásia, abasteciam a burguesa europeia do seu novo “desejo”. Esta rota parece ser anterior a 200 a.C.
Pela Rota da Seda circulavam produtos (especialmente seda mas também muitos outros), pessoas, dinheiros e ideias, muitas delas responsáveis pelo desenvolvimento e florescimento de grandes civilizações, como o Antigo Egipto, a Mesopotâmia, a China, a Pérsia, a Índia e até Roma. Dois mundos aparentemente distantes, oriente e ocidente, aprenderam um com o outro sobre cultura, negócios e religião. Entre 200 d.C. e a época de Bizâncio a rota decaiu e só voltou a florescer em meados do século VI. Para além da seda, os produtos que vinham do Ocidente (âmbar, coral, tecidos de lã, etc.) eram trocados essencialmente por especiarias, pedras preciosas, ébano e pérolas.
A rota tradicional ligava Chang’an (actual Xian), na China, até Antioquia (actual Antakya, na Turquia), na Ásia Menor, assim como a outros locais, nomeadamente Istambul. Na cidade de Kashgar, na China, a rota dividia-se em duas vias principais: uma, através de Caracórum, levava a Karashar e Turfan (via do norte); a outra acompanhava a bacia do Rio Tarim (via do sul).As duas vias encontravam-se depois e seguiam para Xian. A Rota da Seda, no ocidente, subdividia-se em rotas do norte e do sul. A Rota Norte atravessa o leste europeu (nomeadamente algumas cidades na Bulgária), a península da Crimeia (Ucrânia), o mar Negro, o mar da Mármara, chegando aos Balcãs (ex-Jugoslávia) e por fim, a Veneza. A Rota Sul percorre o Turquemenistão, a Mesopotâmia e a Anatólia. Neste ponto, a rota divide-se em trajectos que levam à Antioquia (na Anatólia meridional, banhada pelo Mediterrâneo) ou ao Egipto e ao norte de África.
Quando Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia, em 1498, a rota começou a definhar e quando Marques de Pombal incentivou a cultura do bicho-da-seda, bem como a implantação de uma manufactura de seda em Lisboa, o mercado europeu passou a ser satisfeito a partir de Portugal. Era o início do fim de uma rota milenar.
Ao longo dos tempos muitos foram aqueles que percorreram a Rota da Seda, no entanto, a maioria fazia-o parcialmente, efectuando apenas alguns dos seus troços. No entanto, um viajante veneziano, Marco Polo, no século XIII, saiu de Veneza e percorreu a Rota da Seda, regressando alguns anos depois à Europa. É esta rota que vamos  também tentar percorrer.

À descoberta dos segredos escondidos de Éfeso | Turquia

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Éfeso é uma das ruínas mais famosas do mundo. A cidade cujos despojos podemos hoje observar foi fundada no séc. IV a.C. por um dos generais de Alexandre Magno mas foi sob o domínio do império romano que Éfeso se tornou o mais importante porto do Mar Egeu e a cidade mais importante da Ásia Menor. É desta época que datam as ruínas que se podem observar pela módica quantia de 25 TL (apesar do preço exagerado, obviamente vale a pena!).
Devido ao assoreamento gradual do rio, o porto da cidade foi sendo acumulado de detritos, até que desapareceu e a cidade deixou de ter acesso ao mar, sendo que as ruínas situam-se actualmente a 8 km do mar! Aqui se vê a força dos processos erosivos… Claro está que a cidade foi perdendo a sua importância estratégica, entrando em declínio e acabando por surgir uma nova cidade a alguns quilómetros de distância, a actual Selçuk.
No nosso itinerário apertado de tempo, Éfeso não dava espaço a erros… Tínhamos apenas um dia para visitar as ruínas, chegados à cidade de Selçuk, vindos de comboio de Denizli, e partindo ao final do dia de autocarro em direcção a Istambul.
No percurso iniciado pela entrada a Norte, passamos primeiro pela Ágora de Cima, onde se destaca o Odeón, um anfiteatro do segundo século d.C. com capacidade para 1400 pessoas.
De seguida, encontramos o Templo de Adriano – erguido para honrar uma visita do imperador em 123 a.C., cujos frisos originais se encontram no museu de Éfeso, com inscrições sobre a fundação da cidade, mas ainda assim sendo possível admirar algumas reproduções no local.
Éfeso
Uma das maiores atracções de Éfeso é a biblioteca de Celso, mandada construir pelo cônsul Gaius Julius Aquila como túmulo para o seu pai, governador da Ásia, sendo que a sua fachada, que observamos hoje, foi reconstruida nos anos 70. Este edifício continha uma das maiores bibliotecas do mundo antigo, sendo que a maior parte do seu acervo foi transferido para Alexandria, dado como presente de Marco António a Cleópatra! Isso é que é amor…
Éfeso
As estátuas que ocupam os nichos são reproduções da originais que simbolizavam a Sabedoria (Sophia), Virtude (Arete), Inteligência (Ennoia) e Conhecimento (Episteme).
Éfeso
O mundialmente famoso teatro romano de Éfeso é o maior teatro do mundo antigo, com capacidade para 24000 pessoas. Só o edifício do palco tem 18m de altura, com 3 andares, mas foi completamente destruído, estando hoje em processo de restauro. A parte dos lugares sentados consiste em 3 secções horizontais e do cimo tem-se uma visão panorâmica que se estende até ao mar!
Éfeso